segunda-feira, 31 de outubro de 2011

No Uruapiara tem mais lagos, tem mais peixes, tem mais árvores...


 um pouco do que vivenciei em campo...

parada em Humaitá na casa da minha tia...
 No barco indo para o Uruapiara... redes de relações de parentesco se encontrando...
 Passando em frente a casa do primo da minha mãe que fica na localidade chamada Castanhal que faz parte do Uruapiara...


o lago do Uruapiara

 peixe assado, peixe cozido.... com farinha.

 o peixe de cada dia...
 A mesa das refeições... um dos espaços das histórias... Seu Joaquim o contador de Histórias.
 Mamãe encantada com as piabas...

D. Maria e o seu paneiro

 por do sol...
 pescaria das mulheres... 
 passeando na comunidade chamada floresta que fica no rio Ipixuna.
 O lanche do puxirum... trabalho coletivo... palavra tupi Kawahib (tinha biscoito tradicional)
Puxirum

 fazendo coloral
depois da pescaria
registrando a ladainha para São Miguel
 trabalho familiar na roça.
minha mãe Nilse, minha prima Janice, prima da mamãe, d. Judite, irmã da mamãe, tia Cila.

Segundo os mais velhos do lugar existe um Uruá (caracol) maceta no lago que ninguém o mata para o lago não ficar seco.   Dai também se origina o nome do lugar: Uruá - caracol, Piara - lugar: lugar do caracol.
ver minha dissertação na segunda parte: O lembrado onde falo sobre isso:  

O ESPAÇO LEMBRADO: EXPERIÊNCIAS DE VIDA EM SERINGAIS ...

www.ppgsca.ufam.edu.br/dissertacao/.../14-o-espaco-lembrado-exper...




Hoje é o dia do Lucas

Eu nunca me esqueço do nascimento dele. Como foi meu primeiro filho não sabia fazer a força certa na hora do parto. Lembro até hoje quando a enfermeira me disse" faz mais um pouco de força, se não você vai matar seu filho". Ali foi o primeiro limiar. Sem médico no hospital a única coisas a fazer foi tirar forças não sei da onde e colocá-lo no mundo. Nesses dezessete anos o Lucas sempre teve iniciativa, quando criança descobriu que uma forma de chamar minha atenção era desenhando. Assim ele tinha a atenção da mãe e das amigas da mãe. Quando quer uma coisa é determinado, como todo adolescente às vezes é meio alienígena, mas ainda assim, tem personalidade e tem tido possibilidade de vivenciar atividades de compromisso social acompanhando e colaborando com nossa luta junto as comunidades do Rio Madeira. Esse ano conseguiu pela sua própria capacidade de mobilização reunir os colegas da escola para reivindicar uma escola melhor, como resultado o Estado enfim demoliu de vez a escola que estava em ruínas e iniciou a construção de outra. Essa foi uma grande lição de cidadania que ele aprendeu e que vai valer para a vida dele. O Lucas é dramático, mas ao mesmo tempo sabe se virar numa situação necessária. Ele gosta de cair no mundo, gosta de viajar, conhecer novos lugares e novas pessoas. Esse é meu filho e do Iremar também. Hoje eu estou longe dele geograficamente, mas bem pertinho em pensamento e no meu coração.

Ocupação de Belo Monte: o recado foi dado


Como alguns participantes já tinham começado a sonhar com uma ocupação permanente, para acabar de vez com o Belo Monstro, houve quem saiu um pouco insatisfeito. Mas prevaleceu um sentimento de satisfação e realização. Pela união criada, o recado dado. E pela expectativa de futuras ações.
‘Foi muito positivo a união com pescadores, estudantes,’ explica o cacique Kaiapó, que queria ter continuado na ocupação. ‘Todos queremos que o rio fique no mesmo lugar. Queremos nosso rio, nossas florestas no mesmo lugar. Se não pararmos Belo Monte, com certeza vai ter mais usinas. Entregamos um documento para Dilma. Vamos esperar o que ela vai responder. O próximo encontro vai ser mais forte. Muito mais.’
Foto do movimento Xingu Vivo mostra ativistas
 bloqueando  estrada que leva a obras de Belo Monte,
 no Pará (AFP, Rebecca Sommer)
fragmento de matéria assinada por  Paul Wolters Conselho Indigenista Missionário (CIMI) Secretariado Nacional - Brasília
00/55/61/2106 1666

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

domingo, 23 de outubro de 2011

Entre Mundos

A muito tempo na minha vida que transito entre diferentes mundos. Nesses últimos tempos transito entre o mundo ribeirinho, indígena, urbano. Estou encerrando minha atuação institucional por meio da SEDUC nas escolas indígenas. Saio consciente de que fiz minha parte e sem me desligar por completo, pois vou continuar colaborando com o projeto de implantação do ensino médio indígena, ao qual me dediquei e quero ver os resultados das lutas. Agora me volto para minha pesquisa de doutorado e minha interação ao neho, núcleo de estudos em historia oral. Vim do campo, fui conhecer o Uruapiara, lugar de partida das minhas colaboradoras, vivência que me fez ver com meus próprios olhos todas a belezas descritas por elas. Lá ao mesmo tempo que percorri pelas narrativas das memórias delas, vivi a minha própria história e conheci um mundo da memória e um mundo de reinvenções de tradições conectado as modernidades do mundo moderno por meio da televisão que me fez pensar ter causado o desaparecimento do narrador e de suas histórias, mas que no passar dos dias fui vendo que houve um deslocamento de espaço para histórias, mas não um desaparecimento. De volta para casa passei a semana resolvendo problemas do trabalho e aproveitando os poucos momentos com os filhos, agora me preparo para uns dias de vivência no neho, de trocas de experiências de história oral. Vontade de ficar um pouco mais em casa, mas pronta para contribuir com seminário 20 anos do Neho, porque também me tornei parte dessa história.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011