terça-feira, 3 de abril de 2012




Reflexões

No dia 01 de Abril dia da mentira estava no SESC Pinheiros meio que dando bobeira, passando o tempo e ai resolvi pegar a programação para dar uma olhada no que ia acontecer e tive uma grande surpresa, naquele exato momento havia uma fila para comprar ingressos para o show do Pepeu Gomes com participação de Moraes Moreira, ainda hesitei num primeiro momento, mas logo me convenci que não poderia perder essa oportunidade de ver o show. Ainda bem que decidi comprar o ingresso que foi apenas 12,00 reais. Foi incrível ver Pepeu comemorando seus 40 anos de carreira e depois ver ele e Morais Moreira cantando e tocando juntos Novos Baianos, foi o máximo, aos poucos fui me soltando e no final explodi de alegria e dancei despreocupadamente e extravasei toda a tensão do mundo acadêmico, fiquei olhando e admirando a intensidade dos dois cantores, de como se entregam, do quanto transbordam paixões. É uma pena que a vida acadêmica seja tão engessada, é pena que nós nos engessamos tanto, é pena não conseguir romper com tudo! Eu fiquei pensando o quanto posso ir mais, extravasar mais, amo a História Oral, mas fora da academia, amo a prática dela, amo fazê-la junto com as comunidades na e da Amazônia. Mas não gosto mais da rotina acadêmica, de levantar pela manhã entrar numa fila para o café, ler o texto da aula seguinte, assistir a aula e ficar naquela discussão teórica que não acaba mais. Essa vida acadêmica para mim parece de brincadeirinha, essa rotina de tomar café pela manhã no restaurante universitário, ir para o quarto ler, ou para o centro de pesquisa, atravessar as faixas com a mochila nas costas, cuidar para não perder a hora de ir bandeijar no almoço, estudar de novo, ou resolver questões acadêmicas sejam pessoais ou coletivas do centro de pesquisa e de vez enquando pegar um filme no CINUSP me faz sentir num desenho animado. E muitas vezes alguns acontecimentos nesse mundo acadêmico chegam a ser patéticos, chagam mesmo a ser ridículos. E eu me pergunto o que eu estou fazendo aqui?... Ai eu me desespero, quero ir embora, grito, falo dos meus descontentamentos, brigo, e me excedo. Eu sabia que eu não ia segurar a onda explodi! Depois de chutar o pau da barraca vejo que o melhor era isso mesmo, dizer, colocar tudo pra fora, eu sei que eu poderia ter sido mais política, mas não fui, mas agora está clara a minha posição, o meu sentimento e meus ressentimentos. O que importa daqui para frente é cumprir com o que deve ser cumprido, afinal é apenas um semestre nessa vida de desenho animado!