Este espaço foi criado para que eu possa escrever quando eu bem entender,sem prazo e sem se preocupar com as regras acadêmicas... embora, aqui também não haja uma liberdade para escrever tudo o que se bem entende. Sempre há um interdito do que pode e do que não pode ser dito.
sábado, 14 de julho de 2012
SEM FRONTEIRAS: PARA ONDE VAI A FLORESTA DO BRASIL
SEM FRONTEIRAS: PARA ONDE VAI A FLORESTA DO BRASIL: Falta de mobilização de ambientalistas e entidades prejudicanegociação da MP do Código Florestal Por: Marcos Chagas Da Agência Brasil ...
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Enfim, não foi fácil, mas acabei por viver muito nesses cinco meses que estão quase ao fim.
Grande encontro com caçiuqe Raoni - Xingu
Eu e Iremar na articulação dos quatro rios: Madeira, Tapajós, Teles Pires, Xingu - (passeata da cúpula dos povos)
Eu e minha nova amiga do Tapajós na luta contra a construção da hidrelétrica no Tapajós
Faltam 14 dias para o meu retorno
para casa. Estou feliz! Desde a minha chegada a São Paulo meu desejo foi sempre
o retorno, embora tenha contato os dias para a chegada do fim do semestre, não
deixei de fazer coisas importantes. Vejo que as disciplinas que escolhi e as
relações que fui estabelecendo com outros grupos enriqueceram-me e apontaram
rumos para a minha formação mais ampla, tudo interligado a minha pesquisa. Foi
fundamental ler a historiografia dos séculos XVII ao XIX para exercitar a
crítica ao projeto de extermínio dos Povos Indígenas, assim como foi de extrema
importância estudar as mitológicas do Lévi Strauss, entender mais sobre o
pensamento Ameríndio. Diante de tantas
possibilidades de saber tento agora organizar tudo na minha cabeça e seguir meu
caminho de leitura, vivências e escritas. Nesse caminho também foram
importantes as leituras dos pós-colonialismo como possibilidade de
descentralização eurocêntrica, e os encontros com os que se disporam a ler e
debater sobre História oral na América Latina e seus desdobramentos políticos, proporcionadas
pelos encontros de leituras do Núcleo de História Oral – NEHO. O importante que
os estudos na academia não me distanciaram das lutas no Madeira, ao contrario,
participei de debates sobre hidrelétricas, me posicionei, fui para a cúpula dos
povos na Rio + 20 me juntar com meus parentes do Xingu, do Tapajós e Teles
Pires e todos os aliados do mundo. Vou apresentar o doc: Desbarracados no encontro de história pública que inicia no dia 16
e vai até dia 20 na USP, participei da Reunião Brasileira de Antropologia e
interagi com as reflexões sobre uma Antropologia em ação com reflexão – onde as
problemáticas amazônicas ganharam destaque e agora estou aqui no Rio de Janeiro
no encontro de Nacional História Oral, assistindo apresentações de pesquisa,
onde também apresentei a minha, debatendo, aprendendo, revendo amigas e amigos
e fazendo novos contatos! E isso aí estou em ação. Ah! e nessa jornada houve um
grande encontro com o Tupi moderno, que tem gerado em mim um grande interesse
em aprender uma língua intermediária que representa bem aquilo que resultamos
do processo de contato com os europeus. Não somos mais como foram nossos
antepassados antes do contato, perdemos nossa língua, nossos parentes, nossos
territórios, mas entre o português e uma língua construída a partir do contato,
embora tenha sido instrumento utilizado pelos Jesuítas para catequizar, pelos
comerciantes para comercializar, pelos bandeirantes para escravizar e matar,
foi a que restou aos que perderam suas línguas e, por isso, ela continua sendo
falada por alguns povos indígenas da Amazônia que a adotaram, e por isso eu
quero aprendê-la. Enfim, não foi fácil,
houve momentos de desesperos, de angústias, insatisfações, rompimentos,
descobertas, alguns porres, mas também, de estudos e de saberes/sabores, como
os filmes no cinusp, o encontro com os amigos, as visitas do Iremar, e é calro
que eu não iria deixar de mencionar os saborosos encontros na roda de leitura
de Guimarães Rosa. Acabei por viver muito nesses cinco meses que estão quase ao
fim.
terça-feira, 3 de julho de 2012
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