sexta-feira, 20 de março de 2015

SEM FRONTEIRAS NO MADEIRA: ENTRE CHEIAS E INUNDAÇÕES ÀS MARGENS DO RIO MADEIR...

SEM FRONTEIRAS NO MADEIRA: ENTRE CHEIAS E INUNDAÇÕES ÀS MARGENS DO RIO MADEIR...: ENTRE  CHEIAS  E  INUNDAÇÕES  ÀS MARGENS DO RIO MADEIRA... As populações da Panamazônia vivem às margens de rios que lhes gara...

O tempo passa e a situação só piora na beira do rio Madeira

Eu dona Neuzete na sua casa na comunidade Trata Sério
- Antes das Hidrelétricas de Santo Antônio.
Eu estava vendo uma postagem que fiz em fevereiro de 2010 " Apagaram tudo" onde desabafei minha indignação com tudo o que estava acontecendo, as comunidades das margens do rio Madeira desmoronando... Naquela época aconteceu o deslocamento das comunidades que estavam na área de canteiros de obras das Hidrelétricas, enquanto projetos imediatistas nas demais comunidades estavam sendo feitos a partir da contratação das empresas, "as tais compensações sociais", nada gerou autonomia para as comunidades. Em 2014 houve a grande inundação, acabou com várias comunidades às
Eu e dona Neuzete no lugar onde era sua casa- onde era a comunidade Trata Sério
 - depois das hidrelétricas de Santo Antônio.
margens do Rio Madeira, as comunidades ficaram em situação de total desrespeito dos direitos humanos de Fevereiro a Maio de 2014... Continuam apagando tudo e pintando com tinta fresca...
Feira de produtos com a temática da melancia - Festa da Melancia- Comunidade de Nazaré -Agosto de 2013 - antes da inundação.

espaço onde acontecia a festa da Melancia - Comunidade de Nazaré -  Junho de 2014 - depois da inundação.



terça-feira, 10 de março de 2015

Intervenções Indígenas de Março





Oficina: Vivências indígenas e amazônicas com os alunos novatos das ciências sociais da UNIR. Foto: Tais Leite.
Ano passado em São Paulo eu, Lucas e Tanã tivemos a oportunidade de fazer parte de várias vivências indígenas, dentre elas, as reuniões de discussão política sobre lutas pela demarcação das terras indígenas no Brasil, auto identificação, auto demarcação, alto gestão, mas também de algumas ações culturais, como cinema indígena/ Aldeia São Paulo, Jogos Indígenas, intervenções na USP, encontros com escritores e escritoras indígenas. Foi um ano rico de fortalecimento, cultural e político indígena. Agora em 2015 de volta para a maloca querida (nossa casa em Porto Velho) temos prazos a cumprir no campo dos estudos, mas que estão interligados as buscas coletivas como dar continuidade, a medida do possível, nas atividades culturais/políticos e de formação de um outro olhar sobre os indígenas, propondo debates, intervenções indígenas em eventos culturais, realização de oficinas com vivências indígenas (performance narrativa, danças, músicas e grafismos indígenas) nosso desejo seria nos dedicarmos exclusivamente para essas atividades, mas temos que cumprir prazos acadêmicos para entregar resultados de pesquisa, temos que nos formar, estudar e trabalhar para comer, beber, essas coisas. Então, mesmo tendo que cumprir com os ossos dos ofícios, não abrimos mão de vivenciarmos, pelo menos uma vez, ao mês algum momento de partilha de vivências indígenas e Amazônicas. Agora em Março tivemos duas atividades.

Tanã Mura fazendo grafismo indígena na oficina de vivências indígenas e Amzônicas (UNIR) Fotos: Taís Leite.

A primeira, foi a oficina de vivências indígenas oferecida aos alunos novatos das Ciências Sociais da Universidade Federal de Rondônia, realizada por mim e por Tanã Mura a convite de Taís leite e Walisson representantes da organização política dos alunos do curso de ciências sociais. 



Grafismo Indígena feito por Tanã Mura. Foto: Taís Leite. 
A segunda foi uma breve intervenção no Sarau com a proposta de "celebrar a memória de luta de todas as mulheres que fazem parte da nossa memória, principalmente aquelas que a história busca esquecer", promovido pela Arigóca (espaço cultural de valorização da cultura Amazônica), onde eu inspirada pelo poeta Elizeu (criador do espaço Arigóca) fui portadora de uma narrativa poética que se atravessou em mim e fluiu em homenagem as mulheres das aldeias, dos seringais, dos quilombos, das florestas e dos rios da Amazônia.
Márcia Mura: Intervenção indígena no Sarau - Arigóca. Foto: Ju Lauriano.


Lucas Mura: Intervenção Indígena no sarau Arigóca. Foto: Autor não identificado.



 

O Lucas que inspirado na poeta Gabi Amadio fez
 uma recriação no seu poema " estradas  passam... Índios morrem" e na recriação do Lucas " Estradas passam, viadutos passam, hidrelétricas chegam... Índios morrem" 

Iremar Tupaiaguiká intervenção indigena/beradeira em Arigóca. Foto: Ju Lauriano. 

E Iremar que tocou e cantou a música "A natureza é arte" (de sua autoria). Nossa intenção era marcar presença no sarau para encontrar os amigos e amigas e prestigiar as apresentações, mas acabamos por nos envolver por demais e nos inspirar em fazer algumas intervenções indígenas e beradeiras...