segunda-feira, 21 de julho de 2014

Denúncia!!!!





Uma das imagens do ataque que o Povo Tenharim sofreu dentro do seu território.

Nós do Instituto Madeira Vivo, (organização socioambiental sem fins lucrativos) Pedimos o apoio de todos os brasileiros e dos cidadãos estrangeiros para que o mundo saiba da total desumanidade cometida aos povos indígenas Tenharim e Mura do sul do Amazonas e as populações das margens do rio Madeira no Estado de Rondônia.
O Povo Tenharim que teve seu território atravessado na década de 70 pela rodovia Transamazônica e desde então vem sofrendo consequências causadas por essa rodovia, mais uma vez, está sofrendo com ataques etnocêntricos. Dentre esses ataques ocorreu a morte de um dos caciques do Povo Tenharim e, em seguida, a acusação e prisão sem provas concretas de cinco Tenharim, pela morte de três moradores não indígenas que desapareceram no trajeto entre Humaitá e Santo Antônio do Matupi (sul do Amazonas). Desde então, eclodiu um ataque anti-indígena direto aos Tenharim, mas que afetaram todos os povos indígenas da região. O Povo Tenharim pede a liberdade dos cinco Tenharim presos e a existência urgente de postos de segurança nos limites de seu território, para que o novo cacique seja empossado, para que a festa de renovação espiritual aconteça, para os que velhos não morram de tanta tristeza, para que não sofram mais ataques dentro de seu território e para que o Povo volte a viver sua vida cultural.
Os Mura do rio Itaparanã (sul do Amazonas) que se encontram num processo de reivindicação de demarcação de sua terra também estão se sentindo ameaçados com os ataques não-indígenas contra os Tenharim, pois todo o processo de fortalecimento político foi interrompido. Algumas famílias Mura vivem na cidade porque não se sentem seguros em permanecer em sua comunidade, pois sofrem pressão de invasão de sua terra por parte de não-indígenas que estão desmatando ilegalmente, fazendo caça e pesca predatória e abrindo estradas vicinais clandestinas dentro da terra Mura reivindicada para demarcação, além disso, os não indígenas que vivem no entorno coíbem os Mura de reivindicarem a demarcação de sua terra.

As populações das margens do rio Madeira em Rondônia e também no sul do Amazonas foram destruídas pela enchente causada não somente pelas chuvas, mas principalmente porque o rio tem duas barragens que impedem suas águas correrem livremente. Agora que as águas baixaram as casas estão destruídas, as plantações mortas e a água contaminada. Essas comunidades não podem morrer em nome do suposto progresso e desenvolvimento econômico do Brasil. Todos nós da Amazônia também somos brasileiros e merecemos viver com dignidade, também merecemos ter nossos direitos humanos respeitados. Queremos um desenvolvimento que garanta nossa existência e não um desenvolvimento que nos mata!   

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