Uma das imagens do ataque que o Povo Tenharim sofreu dentro do seu território.
Nós do Instituto
Madeira Vivo, (organização socioambiental sem fins lucrativos) Pedimos o apoio
de todos os brasileiros e dos cidadãos estrangeiros para que o mundo saiba da
total desumanidade cometida aos povos indígenas Tenharim e Mura do sul do
Amazonas e as populações das margens do rio Madeira no Estado de Rondônia.
O
Povo Tenharim que teve seu território atravessado na
década de 70 pela rodovia Transamazônica e desde então vem sofrendo consequências
causadas por essa rodovia, mais uma vez, está sofrendo com ataques
etnocêntricos. Dentre esses ataques ocorreu a morte de um dos caciques do Povo
Tenharim e, em seguida, a acusação e prisão sem provas concretas de cinco
Tenharim, pela morte de três moradores não indígenas que desapareceram no
trajeto entre Humaitá e Santo Antônio do Matupi (sul do Amazonas). Desde então,
eclodiu um ataque anti-indígena direto aos Tenharim, mas que afetaram todos os
povos indígenas da região. O Povo Tenharim pede a liberdade dos cinco Tenharim
presos e a existência urgente de postos de segurança nos limites de seu
território, para que o novo cacique seja empossado, para que a festa de
renovação espiritual aconteça, para os que velhos não morram de tanta tristeza,
para que não sofram mais ataques dentro de seu território e para que o Povo
volte a viver sua vida cultural.
Os
Mura
do rio Itaparanã (sul do Amazonas) que se encontram num processo de
reivindicação de demarcação de sua terra também estão se sentindo ameaçados com
os ataques não-indígenas contra os Tenharim, pois todo o processo de
fortalecimento político foi interrompido. Algumas famílias Mura vivem na cidade
porque não se sentem seguros em permanecer em sua comunidade, pois sofrem
pressão de invasão de sua terra por parte de não-indígenas que estão desmatando
ilegalmente, fazendo caça e pesca predatória e abrindo estradas vicinais
clandestinas dentro da terra Mura reivindicada para demarcação, além disso, os
não indígenas que vivem no entorno coíbem os Mura de reivindicarem a demarcação
de sua terra.
As
populações das margens do rio Madeira em Rondônia e também
no sul do Amazonas foram destruídas pela enchente causada não somente pelas
chuvas, mas principalmente porque o rio tem duas barragens que impedem suas
águas correrem livremente. Agora que as águas baixaram as casas estão
destruídas, as plantações mortas e a água contaminada. Essas comunidades não
podem morrer em nome do suposto progresso e desenvolvimento econômico do
Brasil. Todos nós da Amazônia também somos brasileiros e merecemos viver com dignidade,
também merecemos ter nossos direitos humanos respeitados. Queremos um
desenvolvimento que garanta nossa existência e não um desenvolvimento que nos
mata!
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