Eu nunca me esqueço do nascimento dele. Como foi meu primeiro filho não sabia fazer a força certa na hora do parto. Lembro até hoje quando a enfermeira me disse" faz mais um pouco de força, se não você vai matar seu filho". Ali foi o primeiro limiar. Sem médico no hospital a única coisas a fazer foi tirar forças não sei da onde e colocá-lo no mundo. Nesses dezessete anos o Lucas sempre teve iniciativa, quando criança descobriu que uma forma de chamar minha atenção era desenhando. Assim ele tinha a atenção da mãe e das amigas da mãe. Quando quer uma coisa é determinado, como todo adolescente às vezes é meio alienígena, mas ainda assim, tem personalidade e tem tido possibilidade de vivenciar atividades de compromisso social acompanhando e colaborando com nossa luta junto as comunidades do Rio Madeira. Esse ano conseguiu pela sua própria capacidade de mobilização reunir os colegas da escola para reivindicar uma escola melhor, como resultado o Estado enfim demoliu de vez a escola que estava em ruínas e iniciou a construção de outra. Essa foi uma grande lição de cidadania que ele aprendeu e que vai valer para a vida dele. O Lucas é dramático, mas ao mesmo tempo sabe se virar numa situação necessária. Ele gosta de cair no mundo, gosta de viajar, conhecer novos lugares e novas pessoas. Esse é meu filho e do Iremar também. Hoje eu estou longe dele geograficamente, mas bem pertinho em pensamento e no meu coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário