segunda-feira, 8 de junho de 2015

Semana de ciências sociais na usp, encontros, debates, vivências entre amigos, amigas e parentes indígenas


Kuekatu reté (muito brigada) ao O Centro Universitário de Pesquisas e Estudos Sociais (CeUPES) “Ísis Dias de Oliveira”, Centro Acadêmico do curso de Ciências Sociais da USP, por ter convidado e viabilizado minha participação na XI Semana de Ciências Sociais da USP, “ XI SeCS”, com o tema “Aprender, questionar, transformar: os caminhos da educação”. Foi um evento muito importante para debater sobre a situação atual da educação no Brasil.
 Na segunda feira eu tive a satisfação de prestigiar e participar do debate da mesa Cotas já! Ocupar resistir e enegrecer: Para além da reparação histórica, a qual foi para além das cotas, Suzani Jardim, estuante de História na USP e militante pró-cotas, uma moça inteligente, lutadora e que fala de forma bem irreverente, sem meias palavras, muito instigante. Falou a partir da sua experiência o que é ser uma aluna negra e o que é fazer ocupação de resistência todos os dias na USP. E a Jupiara Castro, que coordena o Núcleo de Consciência Negra da USP falou do histórico de lutas do movimento negro a nível Nacional e das lutas para manter o Núcleo de consciência negra dentro da USP que em suas palavras ensina muito mais que s conteúdos para o vestibular, mas constrói uma consciência negra para não ser engolido pela USP ao entrar num de seus cursos. 
Na terça feira foi a hora e a vez das vozes indígenas compartilhada com uma pesquisadora que estuda a produção intelectual indígena. As 17:00 hs o lançamento do livro Encontros - Ailton Krenak, organizado por Sergio Cohn e as 19:00 hs foi uma honra está na mesa Indigenização da universidade, junto com Ailton Krenak, Mayara Suni e Talita Dalbó. Ailton Krenak, grande líder político, referência para as novas gerações indígenas, A Mayara que na sua experiência de graduanda de ciências Sociais na UFSCAR já está na frente da organização dos estudantes indígenas e já tem tantas vivências para compartilhar, a Talita Dalbó jovem estudante do doutorado em Antropologia na USP que estuda a intervenção dos intelectuais por meio de suas escritas na academia, atenta as contribuições indígenas e eu ali ouvindo tudo, aprendendo muito e compartilhando vivências. Na quarta feira também assisti a mesa Educação escolar indígena e antropologia da educação, com a Jerá, professora e liderança Guarani, que eu admiro muito por sua força espiritual; Erinilson Manchineri, representante indígena do Acre, estudante na UFSCAR e Jão Lira, liderança Indígena. Cada um apresentou os avanços, os desafios e as contradições da educação escolar indígena de acordo com suas realidades específicas. A programação da XI Semana de Ciências Sociais continuou até sexta feira com a discussão sobre gênero e sexualidade no processo de socialização, os últimos planos nacionais de educação  elaborados, iniciativas populares e comunitárias, entre outros.


Sinceramente a equipe de organização desse evento está de parabéns por ter garantido as vozes dos que vivenciam as problemáticas educacionais, culturais, políticas e sociais no dia a dia e por proporcionar o debate a partir dessas falas.

Apesar de eu ter adoecido na terça feira, dia da minha participação na mesa Indigenização da universidade eu não me deixei esmurecer e me mantive em pé com o carinho e o cuidado da rede de parentes indígenas e amigos e amigas aliadas e aliados da questão indígena que estiveram comigo esses dias e além da participação da semana de ciências sociais teve os momentos de compartilharmos nossas vivências indígenas comendo pirarucu no leite da castanha. Aproveitando a estada em São Paulo, antes de adoecer ainda pude ir no aniversário da Izadora, filha da Cristina, amiga aliada da questão indígena, onde também encontrei Geise, pessoa amiga que conheci por meio das ações indígenas em São Paulo. E ainda pude no sábado, um dia antes da minha volta para casa, mesmo bem ruim com a garganta inflamada tive a alegria de compartilhar algumas vivências amazônicas com a turma de nheegatu 2015, ministrada pelo Antônio.

O reencontro com a Retsitsiwi Renhinõiwe, filha da Silamara Guajajara e Wagner Xavante.
Foi uma semana de dor no corpo, frio de febre, dor de cabeça, mas ao mesmo tempo de alegria em encontrar amigos, amigas, parentes que fazem parte da minha rede de relações em São Paulo que me mantiveram em pé para cumprir com as demandas e para vivenciar grandes experiências...





Autografando o "Espaço lembrado" para a Clara Beatriz, que conheci nas aulas de nheegatu e a seu convite fui para uma roda de conversas sobre cotas e permanência indígena na USP

Minha amiga e parenta Guajajara com quem compartilho em São Paulo, cantos, danças e pinturas indígenas, ela se tornou uma irmã... 

A presença do Aly amigo de Porto Velho que faz parte da colônia de estudantes em São Paulo.

Encontro entre parentes





compartilhando o pirarucu no leite da castanha (sabor amazônico)



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