O Povo Indígena Warao é oriundo da Venezuela. A crise econômica e social causada pelo bloqueio dos Estados Unidos, tem levado milhares de venezuelanos à migrarem a outros países para garantirem suas vidas e de suas famílias. Dentre estes, está o Povo Indígena Warao, que estão sobrevivendo em diferentes cidades e capitais do Brasil.
Nós do Coletivo Mura de Porto Velho, em parceria com o Instituto Madeira Vivo, estamos por meio da arrecadação de doações, colaborando na mediação da comunicação (português\castelhano), para assegurar a garantia de direitos à assistência social, atendimento de saúde e apoios no que se é possível fazer. Compartilhamos aqui uma descrição da situação que os parentes se encontram e algumas imagens:
Os Warao vivem em situação de extrema vulnerabilidade. Além da pandemia de Covid 19, estão enfrentando uma epidemia de tuberculose. Num grupo de 110 pessoas, temos já identificados com tuberculose cerca de umas 10 pessoas contaminadas e como vivem em duas pensões na cidade de Porto Velho, em péssimas condições sanitárias e com estrutura também comprometida, correm o risco de aumentar o número dos contaminados. Já mobilizamos a Assistência Social para que estes mobilizem a Secretaria Municipal de Saúde, para que façam testes rápidos tanto para Covid quanto para tuberculose.
No dia de hoje temos duas parentas internadas na rede pública de saúde. Uma já idosa está com quadro gravíssimo, provocado pelas consequências do Covid que ela pegou em março, está na UTI e sem melhoras no quadro clínico. Já uma jovem mamãe de 22 anos tem melhoras em seu quadro, mas ambas enfrentam problemas com tuberculose, além de uma bebê de 3 meses com o mesmo quadro.
É urgente termos apoio para que eles possam buscar uma pensão (moradia), que ofereça melhores condições de vida para elas e eles, pois do contrário, não vão conseguir melhorar seu quadro ao regressar e ainda contaminar os demais.
Como sobrevivem pedindo pelas ruas, colocando em risco suas vidas e de seus filhos, pois não encontram trabalho nesta cidade, seja pela ausência de empregos pela crise política e econômica, seja pela discriminação, dificuldade de linguagem, entre outros.
Eles dependem de doações de cestas básicas, nossa do Coletivo Mura; da Cáritas Diocesana de Porto Velho e de voluntários. O poder público fica preso ao auxílio emergencial, mas, a maior parte deles não tem acesso ainda devido a documentos vencidos, perdidos e entre outros fatores.
Garantir moradia e alimentação para estas 110 pessoas é um grande desafio, mas também um gesto humanitário para estes que tiveram que sair de seu território na Venezuela, devido às privações e ausências do Estado, claro que fortalecido pelo bloqueio econômico imposto pelos EUA.
Nós estamos buscando projetinhos emergenciais para além de ajudá-los com moradia e alimentos, também com atividade de geração de renda, pois são exímios trabalhadores nos produtos culturais em palha de buriti entre outras modalidades artesanais, para que possam gerar renda e autoestima.
Nós do Coletivo Mura estamos dividindo o pouco que tem chegado por meio da nossa campanha, que se torna muito na partilha com quem precisa. Todas e todos estão convidadas e convidados a somar conosco.
Kuekatu reté!
Nenhum comentário:
Postar um comentário